Telemetria é essencial no Brasil, mas não em todas as frotas
Mallony Media
By Daniel Bland, September 2024

Durante a última reunião do Fleet and Mobility Managers Club (FMMC) Brasil, especialistas do setor discutiram a dinâmica da telemetria e outras tecnologias relacionadas e apontaram barreiras para a implantação dessa tecnologia no maior mercado de veículos da América Latina.

Embora a reunião tenha continuado com foco na discussão do  FMMC North America de agosto (melhorando a segurança, a sustentabilidade e a eficiência geral nas operações de frota e mobilidade), descobrimos que há alguns obstáculos para a implementação dessa tecnologia no Brasil.

Entre eles estão o reconhecimento das leis trabalhistas locais, que incluem a lei de proteção de dados do país, LGPD, e a presença de vários sindicatos de trabalhadores em todo o país que buscam manter esses mandatos.

De acordo com nossa conversa, o uso da telemetria é mais comum em veículos de ferramentas que têm um impacto direto no negócio principal da empresa e menos comum para veículos de benefício conduzidos por executivos da empresa.

Além disso, embora setores como energia, serviços públicos e empresas de tecnologia geralmente usem telemetria, há alguns setores, como o farmacêutico, que evitam essa tecnologia. Aproximadamente 15% dos representantes da FMMC são da indústria farmacêutica.

Membros da FMMC, indústrias representadas

• Alimentos e bebidas

• Produtos farmacêuticos

• Hospitais e saúde

• Consultoria Care Business

• Metais e minerais

• Pessoal e recrutamento

• Energia renovável

• Agrícola

• Produtos químicos

• Fabricação de máquinas de automação

"Nossa indústria está preocupada em assumir o risco legal de usar telemetria em nossas operações de frota. No entanto, vejo que o uso de outras tecnologias, como opções de ADAS, é de extrema importância para evitar acidentes", disse um membro da FMMC e Gestor de Frota da América Latina da indústria farmacêutica.

“Tivemos problemas como fraude de combustível e isso pode ser melhor controlado usando telemetria. No entanto, isso envolve coletar dados do motorista e não queremos realmente lidar com o risco de fazer isso, especialmente para executivos. Este é um problema do ponto de vista de recursos humanos.” acrescentou outro membro da FMMC e Chefe de Compras da América Latina da indústria de manufatura.

Por outro lado, a telemetria ainda é usada por muitos gestores de frotas, especialmente aqueles com muitos veículos de ferramentas, ou seja, aqueles diretamente relacionados às operações da empresa.

“Com o rastreamento em tempo real de nossos veículos, o uso da telemetria é uma parte fundamental de nossas operações de frota. Por um lado, ela nos avisa sobre o mau comportamento do motorista, como excesso de velocidade, algo que pode impactar na sustentabilidade bem como segurança.” disse um membro da FMMC e Gestor de Frota do Brasil da indústria de energia.

“Embora instalemos diretamente a telemetria nos veículos que possuímos, nossos veículos locados já vêm com opções de telemetria que discutimos com nossos fornecedores de veículos de antemão.”

Custo e Empresas

No Brasil, investir em telemetria pode custar algo entre R$ 75 e R$ 150 ao mês por carro, dependendo das opções que você está procurando. Se você tem uma frota maior (por exemplo, mais de 300 veículos), provavelmente poderá negociar um preço abaixo de R$ 75 para uma solução mais básica.

As empresas de telemetria no Brasil incluem: Geotab, Golfleet, ITER Telemetria, Ituran Brasil, M2M Telemetria, MiX Telematics, Pointer do Brasil, Power Fleet, TLM Telemetria, Track7 Telemetria, Trimble, Webfleet Solutions e outras mais.


A Fleet Mobility Today (FMT) reuniu três grupos FMMC, sendo Brasil, América Latina e América do Norte. A próxima reunião será com o grupo da América Latina, e ocorrerá em outubro. Até mais!